Ilhado

Não sei se é por conta desses últimos dias chuvosos que Fortaleza de sol a pino insiste em desmitificar, mas ando refletindo sobre alguns dias de nuvem negra que me passam. Boa ventura de minha parte é que a escuridão que invade não carrega raios ou trovões, esses também me instigam, dependendo das circunstâncias.

A minha nuvem negra, e empreendo esforços para que seja só minha, é a de Djavan, Gal e Chico. Tem jeito que é boa, mesmo dolorosa. Tem som de madrugada, chão e vinho. Faz precipitar lembranças e projeções amorosas, mais essas que as outras. 

E se não busco os correios ou evito os telefonemas, é porque devo à densa nuvem um mínimo de contemplação. Espanta a dependência, a necessidade de esperar sua passagem com vigor.

Sem quaisquer distrações, de peito farto, debaixo da chuva.

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Decurso
Desistindo de controlar a taquicardia.
Sem querer atravessar os mares. Só por enquanto.
"Tá difícil ser eu"
"Esse amor, que é raro e é preciso pra nos levantar, me derrubou. Não sabe parar de crescer e doer"