Afinando meu humor...

As pessoas precisam ler mais tirinhas. Precisam mesmo.
Fica a dica. Malvados são realmente malvados. Por isso é fabuloso de tão bom.

Li:

(clique sobre a tirinha para ampliar)



E também:

"Em nossas instalações de fabricação, administração e distribuição, temos uma filosofia específica - as câmeras fazem com que as pessoas honestas continuem honestas"

Leo Myers, engenheiro de segurança e sistema de vigilância da Mattel, explicando o uso entusiástico pela empresa de sistemas de vigilância sobre sua força de trabalho global, 1990

Vocês sabem...

"Make it easy to be near you,
For the things you do endear you to me,
you know I will.
I will"
(I will - The Beatles)


Há de haver quem queira escutar "I will" (Singelo arranjo e perfeita letra, que não consigo proclamar). Há de haver.


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Decurso
Incompreendido
Mudado
Errando de bar em bar



Tava chovendo bastante. T azul de sarnas estava dodói... recostou-se sobre T vermelho, envergonhado e bobo, e, assim, ficaram a observar rãs.


Foto Namoro dos benjamins, de Rita Apoena.

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Decurso
humrum!

Pela certeza que a espera...

"Entre o chão e os ares, vou
Sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou"
(Liberdade - Marcelo Camelo)


Suspenso entre ambos. Vou. Perdido entre vontades não saciadas. Voo. Existem lugares seguros aqui? Por que não fala logo? Hum? Mas vou, ainda sim. Posso esperar. Por liberdade. Pela certeza que a espera. Espera?

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Decurso
Sonolento
Confuso
Ainda não é o bastante




Minhas vontades têm vontade própria, e fico a escolher entre o que querer e o que querem, a depender de meus caprichos e de circunstâncias alheias.

"Watch out, the world's behind you"...

"Sunday morning, praise the dawning
It's just a restless feeling by my side
Early dawning, Sunday morning
It's just the wasted years so close behind"
(Sunday Morning - Velvet Underground and Nico)


Tem gente que aproveita e dorme a manhã toda. Tem gente que aproveita e passa a manhã deitado no sofá. Tem gente que chama a família toda pra comer macarronada. Tem gente que prefere não falar nada. Tem gente que esquece do mundo. Tem gente que se antena no mundo. Tem gente que liga pra Deus e o mundo pra colocar conversa em dia. Tem gente que lava o carro. Tem gente que ler jornal. Tem gente que coloca um fone no ouvido. Tem gente que enche o bucho de cerveja. Tem gente que vai à praia. Tem gente que sai pra passear no zoológico. Tem gente que vai à igreja. Tem gente que estuda (tem?). Tem gente que pedala. Tem gente que trabalha. Tem gente que bate um rachão. Tem gente que varre a calçada. Tem gente que vai às compras. Tem gente que assiste a F1. Tem gente que arruma a casa. E tem gente que ainda encara o Domingo de manhã como um dia como outro qualquer. Vê se pode.

Domingo de manhã.
Pode-se fazer de tudo, de tudo mesmo, mas esse tudo é diferente. Se chove, a chuva é diferente; se faz sol, a cor é mais viva e as nuvenzinhas são mais bem moldadas; o vento é mais acalentador; as pessoas têm semblante diferente do da segunda-feira. O dia passa mais devagar.

Pode não ser bem assim ou não ser tão bem assim, mas vamos procurar pensar assim e ver se ajuda.

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Decurso
Repousando o facho.
Tentando reorganizar pensamentos e vontades
(minhas vontades têm vontade própria).
Esperando SOL nesta manhã de domingo.
Esperando satisfazer alguém. Por que não?


Algum sentimento aí?...

Socorro -Arnaldo Antunes

Composição: Arnaldo Antunes/Alice Ruiz

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...


Quer escutar? Clica aqui, então.
Na voz de Cássia Eller, aqui.

Como Arnaldo Antunes consegue essas coisas?


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Decurso
Mas a cerveja e o futebol - tradicional e salvadora fuga masculina - salvaram a quinta-feira, que há muito já não é a mesma.
Ainda a espera de surpresas.
Ainda paciente.


TiÊ

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Decurso
Noticiando cada vez mais.
Observando cada vez mais.
Preocupando-me cada vez menos (o que é bastante preocupante).
Escutando Assinado Eu, Dois e Te Valorizo, da linda Tiê, que a linda Lara me apresentou.

Agora mesmo...


Será que foi assim? Andávamos, sim. Bastante. Muitas rotas. Só por andar? Motivo para conversas suspeitas e riso fácil. "Posso carregar sua bagagem?". Tínhamos, sim, muito a carregar, oferecer. Pouco a se agarrar, porém. Arbitrariedades só as nossas próprias. Caprichos resguardados. Alguns resquícios de liberdade. Respiração mais fácil. Um carinho ocasional. Passos capilares. Manso toque de ponta de dedos. Fim de jornada. "Obrigada". "Foi prazeroso". Descanso em suspiro. Não posso ficar. Depois te acompanho. "Foi melhor assim?". "Talvez". "E amanhã?". "É mesmo! E amanhã?". "Não sei". "É mesmo! Não sei".





- Vamos sair?
- Quando?
- Agora mesmo.
- Passo aí, então?
- Tô te esperando.
- Tô indo.


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Decurso
Isso é bom.

Incerto, mas bom.
E por que não poderia ser?

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Disposição
Nublado.
Possibilidades de chuva a qualquer hora.
Pouco vento.
Ar gélido e preguiçoso.
13h 12min.

Baixando o nível de intensidade...

"Quem inventou o amor teve certamente inclinações musicais. Quantas canções parecidas e tão desiguais"
(in Inclinações musicais, canção de Geraldo Azevedo e Renato Rocha)


"Amor". Palavrinha famosa em bocas e canções. Bem mais em canções, é bem verdade, por motivos exemplares. Palavra-assunto de uma conversa amistosa com Caboclo Maluco ontem mesmo. Caboclo, num grande momento de observação da realidade, indagou-me:

- Por que tanta gente insiste nesse 'negócio' de amor, ein? Por que tem que procurar?

Falou assim mesmo, carregado de oralidade e espontaneidade. É peculiar o jeito caboclo de pensar e agir. É digno de um certo tempo pra entender e gostar.
Procurei, então, alguma argumentação filosófica ou mesmo religiosa, na tentativa de ajudar:

- Sei lá.

Se noutros tempos, responderia de forma mais prolixa, porém não tão interessante.

Compreendi alguns momentos do passado naquela conversa demorada. Não sei se está presente nas coisas afins, iguais, ou se nas coisas particulares, desiguais. Não quero saber. Não importa mais. Não há mais com o que se preocupar. É esperar se deparar, só isso. Se chega de uma vez ou se vem com o tempo... se é doce ou azedo... se tem música de fundo ou simplesmente silêncio... se tem que ir atrás ou não... EU SEI LÁ.


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Decurso


Reaprendendo (a gente consegue).
Revendo importâncias e exageros desnecessários.
Relembrando as boas e não-convencionais experiências.
Procurando gozar o tempo perdido.
Não ligando mais pra tanta incerteza.
Não esperando tanto.
Apenas rindo, discutindo e construindo, sem tantos grilos.
(Como deve ser até o presente momento)

É...

Tem razão.





E chega uma hora que cansa, mesmo.
E não sei mais como me empolgar, como me maravilhar.
Sentimento de... "Por que tem que ser assim?".
Sentimento de... "O que está faltando?"

Muito difícil.

Para onde vão os sinais?...


Simplesmente - Marina Machado
Composição: Samuel Rosa e Chico Amaral


Simplesmente posso esperar
Aqui por você, uma eternidade
Uma tarde inteira
Simplesmente posso encontrar
Qualquer distração, ruas da cidade
Restos de uma feira
Tomo um atalho no lago
Só pra te perder
Enquanto olho os aviões
Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar
Simplesmente posso esquecer
Da guerra ou da paz
Uma eternidade, uma tarde inteira
Calmamente posso contar
As nuvens no céu

Rostos na vidraça, flores nessa praça

Ter sua consolação só pra conseguir
Leio manchetes por aí

Nada tremeu no ar
Não vi nem um sinal
Mesmo assim eu posso esperar

Até deixar o recado na tarde
Uma simples saudade

Que você vai sentir quanto sentar-se a mesa

Uma simples certeza
Que agora você que espera por mim


http://www.youtube.com/watch?v=tUvptUvijkA


Não tem como não perceber Samuel Rosa e Chico Amaral nessa canção.

Nem tem como não se encantar com a voz de Marina Machado (um achado). E ela ainda canta Grilos, de Roberto e Erasmo, e Seu Olhar, de Seu Jorge. Escutem. É preciso.

Nem tem como não curtir esse sonzinho bom de balada neo-bossa pop.

E tem como esperar, caboclo maluco. Tem como. "It's what is missing, my son. It's just this", disse ele, carregado de sapiência, riso bobo e falta de precisão nas palavras, como de costume. O caboclo maluco aprende. A gente aprende com ele também.


Recorro a Michaelis.

paciência
pa.ci.ên.cia
sf (lat patientia) 1 Qualidade de paciente.

paciente
pa.ci.en.te
adj m+f (lat paciente) 4 Pessoa que padece ou vai padecer.

padecer
pa.de.cer
(lat vulg *patescere) Padecer da cabeça: não ter todo o juízo.


Um abraço!


Muito em breve...

Historietas do caboclo maluco.
Coisas que não se costuma fazer quando se tem um juízo perfeito, mas são legais que só.

Tudo junto de uma vez...

"Amamos as pessoas não pela beleza que existe nelas, mas pela beleza nossa que nelas aparece refletida. Por isto, somos mendigos de olhares. Olhos são espelhos..." (Rubem Alves)

Pensando eu sobre o porquê de eu não entender os telefonemas... de eu mudar de ânimo quando a única forma de comunicação é o telefone.

Sempre tive uns grilos com Graham Bell, e estes eu não corto e nem apago. Claro, reconheço a utilidade. Encontros furtivos. Algo a ser resolvido com urgência. Alguma pregunta, talvez. Mas quando se fala ao telefone, pode-se falar de qualquer jeito, em qualquer tom. É como conversar com pessoas que usam óculos escuros. Não dá pra saber se o tom da voz, o sorriso malcriado ou mesmo o gesticular das mãos condizem com o que há de mais expressivo em qualquer comunicação, os olhos. Aí não. As palavras meio que se escapolem com mais naturalidade, com mais completude, já que os sentidos se unem. Não se fala com negligência, de qualquer jeito. O olhar por muitas vezes nos livra de possíveis desentendimentos. Ele nos deixa despidos, nos entrega se for preciso.

Penso, então, no encanto dos olhares, na música ouvida carregada de boas lembranças. Cantam até mesmo naqueles de desconfiança, de reprovação ou frustração. Olhar de receio, de não saber o que dizer e, principalmente, de dizer sem realmente querer dizer, esse não dá pra enxergar por fibra ótica, não. Olhar de lado, daqueles que querem fugir, de quem tem medo ou insegurança, esse só dá pra contornar se percebido no exato momento. Olhar de satisfação, acompanhado de sorrisos, de leve toque de mãos, de repousar dos braços sobre os ombros, esse não dá pra enxergar por fio algum.

Ligação é comunicação vazia de sentido, de sentimento.



Os momentos mais agradáveis, pensem bem, são aqueles que unem o maior número de sentidos "tudo junto de uma vez".
Experimentem um olhar nos olhos, acompanhado de um terno toque de mãos, boa música, gosto de beijo e perfume de pessoa a ser amada.
Uma dança à meia-luz, de preferência perto de um jasminzeiro, é uma ótima coisa ser experimentada.

Discorrerei mais sobre se fazer feliz quando o conseguir.

Enfim... é bem verdade que "a que horas nos vemos?" ou "nos
encontramos daqui a pouco" é bem melhor do que um frio "beijo, me liga".

Historietas de Trancoso, o Sábio...

Historietas que só se escapolem das caixinhas na hora da macorranada com refrigerante do Domingo.

"No interior, um menino demorou uns 3 anos pra andar... e quando andou, o primeiro passo foi pra trás."

Aproveitando a pauta pra justificar a minha mania de atropelar a ordem natural das coisas. Sim, sou um pouco afoito, mesmo. Quero viver tudo ao mesmo tempo agora mesmo? Enfim, minha querida mamãe me falou agora a pouco que aos 9 meses eu já era praticamente um velocista. Juntando isso ao fato de que, no Jardim II, que hoje equivale a não sei lá que série, eu já sabia ler - não, eu não fiz a alfabetização -, posso dizer que nasci com esse ímpeto lacivo de experimentar os gostos, as músicas e as sensações antes do tempo. Tenho complicações a esse respeito, mas nada que o tempo, ironicamente o maior vilão, não dê um jeitinho.


Percebendo a vantagem de conversar com pai e mãe e...
Confortando-me por estar melhorando, já que o tédio do mundo e de todos já tem diminuido, embora em ritmo não esperado.
Três últimos dias não muito normais nesta minha pequena vida. Veio tudo muito misturado, como um turbilhão. Frustração, estranhamento e profunda dificuldade na hora de se comunicar.
Vontade de tudo, inclusive de atenção.

- It's easy... just put your lips together...



- It's easy... just put your lips together...
- I'm not sure...
- Look - just watch what I do.


Peter, Bjorn & John - "Young Folks"
(featuring Victoria Bergsman of The Concretes
)

"If I told you things I did before
Told you how I used to be
Would you go along with someone like me
If you knew my story word for word
Had all of my history
Would you go along with someone like me

I did before and had my share
It didn't lead nowhere
I would go along with someone like you
It doesn't matter what you did
Who you were hanging with
We could stick around and see this night through"



http://www.youtube.com/watch?v=51V1VMkuyx0


Assobio bom, que não sai da gente.
Batida boa.
Letra impressionante.

E eu sei?...

Estava eu precisando relaxar e lembrei de uma canção autoral lá não muito recente. Estava lá... brincando com as notas quando me veio uma inspiração repentina. Faz um tempão que está disponível, mas nunca tive coragem, por razões óbvias, de divulgar esse negócio. Como estou enfrentando uma fase desencanada da vida, cortando a maioria dos grilos, aí vai:





PS: Estou inclusive pensando em praticar o violão um pouco mais. Quem sabe surgem outras tão expressivas quanto.
A riqueza da letra, a complexidade do arranjo, as caras e bocas... tudo se encaixa. É simplesmente perfeita.