Colóquio, eu e labirinto

Abra os olhos! Abra os olhos!

Não, não...

O mundo só gira... só gira.

Não, não...

Para de girar você, é você.


Agora fecha! Pode fechar!

Não, não...

Quero enxergá-lo, senti-lo.

Não, não...

Muito impede, tá impedido.


Desista! Não vale, não vale!

Não, não...

Que pena? É melhor assim.

Não, não...

O que está fazendo?


Mudou! Mudou o mundo.

Sim, sim...

Eu mudo, eu mundo.

Não, não...

Tudo gira, tá girado.

A perturbar-me a noite


Bem... Não foi tanto tempo assim. Sabe como é... Deu vontade, daquelas repentinas – passo horas pensando nisso – de escrever diariamente aqui. Só pra mim, mesmo. Esses dias andei lendo matinalmente o Airton Monte; é constante seu questionamento: O que escrever? E começa o exorcismo... Exorcizo-me então, ora pois. Não escrevo crônicas em datilografos, como muitos, nem tenho um quarto reservado para isso, quem sabe um dia, mas tenho tirado bons proveitos de recursos digitais em quarto alheio. Confesso estar sentindo um regalo de namorado quando sente que conquistou, naquele milésimo de constatação – valeu a pena, tudo tudo. E com a mesma cautela de namorado que quer conquistar, busco uma palavra melhor ali, ajeito uma período aqui, inclusive este, recém remodelado, e vou percebendo quão gostoso – e trabalhoso- é escrever. Quando se está pela metade - sim, claro que pretendo escrever o dobro disso - pensa-se em tudo ao mesmo tempo, de um novo começo a um estranho desfecho, sem se contentar com rima paupérrima em prosa. A todos, digo-lhes que pensem muito bem antes de tomar por ruim um escrito, qualquer que o seja. Pobres daqueles que perdem sonos e sonhos, que substituem obrigações, que se deixam levar pelos impulsos de esconjuros relatados e caem em alcova de não-compreensão. Consigam considerá-los admiráveis antes mesmo de lê-los e percebam que quem escreve escreve apenas uma minuta, daquelas cheias de dedicação, cheias do que entender... do que decifrar. Compadeçam diante de tanto descaramento, porque escrever é soltar ladros na calada, a desassossegar e alterar sentidos de sentimentos. A noite é insistente, sempre foi.

P.S: Àqueles relatores de diários, de semanários ou até, como eu, de blogs por muito tempo desatualizados. Àqueles contadores de histórias. Àqueles que não têm vergonha de contar. Àqueles outros que lêem e escutam aqueles.

Um abraço.

E quem está no fio dessa navalha?


NAVALHA: do latim novacula, instrumento que renova a face.

OPERAÇÃO NAVALHA: Operação feita pela Polícia Federal desde novembro do ano passado que investiga licitações fraudulentas, desvio de dinheiro público, formação de quadrilha...Já foram presos empresários, deputados, ex-governadores, assessores de ministros, prefeitos...e não se sabe onde a lista vai parar – inclusive, o novo suspeito é o presidente do Senado Renan Calheiros.

Pois bem. O fato nos faz refletir sobre como praticamos a democracia. Nós nos cortamos, por sermos detentores do poder de voto – mesmo com navalha à mão, em meio a mensalões e sanguessugas, não damos uma “cara nova” àqueles que nos representam; e se corta o sistema político do País, que necessita de reformas desde...desde sempre, mas dificilmente usa novacula. A Reforma Política, A sonhada, talvez não seja a panacéia nossa, mas pode mudar o jeito de exercer política e renovar nossa democracia, que é representativa de mais e transparente de menos.

Estamos melhorando, acredito eu. A proposta de Reforma já é bem mais aceita entre alguns políticos brasileiros. A diferença entre “servir” e “servir-se” pode ficar mais clara em meio a tantos escândalos não abafados e tanto empenho do Serviço de Inteligência brasileiro. Quanto a nós, sempre apertar o mesmo botão deve cansar.

Que renovemos nossas faces, então.


Domingo. Eu gosto disso tudo.


Aquele dia que não dá pra programar. Dia longo este primeiro da semana. Sim. Tem gente que ainda não sabe, mas ele é o primeiro, dando jus ao nome Segunda-feira um dia depois.

Enfim, é o dia Extra. Aparece aquele almoço na casa das Tias ou aquela escapada para a praia... Se bem que praia, pra mim, só presta bem cedinho, então dá pra almoçar com as Tias e escutar as diversas histórias que elas contam da infância e outras histórias de Trancoso. Pode aparecer também uma daquelas visitas que só mãe é capaz de fazer (Meu pai, pelo menos, nunca se manifestou). Daquelas pra visitar alguém que não se vê desde a infância... prometida há anos... Aí eu conheço mais uma senhora simpática no mundo e escuto mais histórias de Trancoso. Adoro histórias desse cara. Não-crível como não escreveram um livro dele ainda.

E quando não aparece nada disso...Ótimo. Ficam todos em casa, mesmo. Comemos aquela macarronada da mama, discutimos sobre quem vai lavar a louça (por que aqui ninguém gosta de fazer isso?) e assistimos a um bom filme. Isso é que é um Domingão.

[Falando em filme, eis ao lado uma bela, muito bela mesmo, lista deles. Para curtir o Domingão.]

Respeito todos aqueles que usam o dia de hoje para passar o dia inteiro na praia ou no shopping. Às vezes é bom, mas Domingos como os meus...

Taí; eu gosto disso tudo.

Até mais!

Necessárias considerações iniciais

Por que ter um blog? Já me perguntei bastante. Esse negócio de cada um escrever sobre sua vida diariamente me parece meio esquisito. Portanto, não pretendo, mesmo, escrever diariamente, e minha vida não é das mais interessantes; não dá pra ficar falando sempre dela.

O bacana do blog não é só registrar a vida do blogger, e sim poder expressar opiniões sobre qualquer assunto, de política às pieguices cotidianas, e expô-las ao resto do mundo.

Enfim, como o nome deste que se visualiza a vós sugere, farei apenas alguns rascunhos.

Espero gostar disso tudo.

Um abraço!