Hom-(em)-bolha

Num certo vislumbre indeciso de mentes estranhas sobrevive uma bolha reluzente de céu. A bolha que enche e seca conforme o acaso das expectações exteriores agora se agita aviltante de pulo em pulo em sapiência de homem. “Com sapiência de homem não se pode brincar pouco”, diz o velho deitado. A bolha se eleva, mais leve que o ar, cintilante a cada empurrão de vento insistente de entendimento e esforço. Bolha ovóide. Atrito. Singela e lentamente passeia pela cabeça do homem. Homem não percebe a bolha. Vive na bolha. Não se escolhe a bolha. Encolhe-se. Posição fetal. Vislumbre transparente. Transparência invisível.

Um comentário:

Tainara Carvalho disse...

Fiquei muito interessada na bolha...
O que é a bolha? O pensamento? Os limites da consciência? Ou algo mais? É uma coisa só ou podem ser várias?
É engraçado... É como se entendesse tudo e não entendesse nada rsrs.
Adoro como você escreve..